A união de ciência e misticismo
Estás a dar uma caminhada, um amigo ou familiar teu quer falar contigo, porque lhe aconteceu alguma coisa, e subitamente recebes a sensação de querer ligar-lhe. Ao telefonar, diz-te: Estava mesmo a pensar em ti. Ainda bem que ligaste, porque preciso urgentemente de falar contigo. Ou estás com o telemóvel na mão para ligar a alguém e esse alguém liga-te nesse preciso momento. Será casualidade? Muitas pessoas consideram isto uma mera coincidência.
Alguma vez entraste num espaço, onde duas pessoas acabaram de discutir e sentiste o ar “pesado”? Conseguiste perceber o estado emocional negativo de uma pessoa só em olhar para ela, não sendo necessário ela expressar-se?
Antigamente, considerava-se estes acontecimentos como fenômenos paranormais. Com o tempo, a sociedade está a desmistificá-los através da ciência. Mas quando é que ciência e o místico começaram a divergir? Se folhearmos nos livros da história da civilização, descobrimos conhecimentos ancestrais que podem dar respostas a incógnitas da vida. Encontramos assim, por exemplo, o Xamanismo, um período em que se reunia a ciência e o misticismo.
O que é o Xamanismo e qual é a nossa conexão com ele?
O Xamanismo é uma prática muito antiga, um conjunto de rituais ancestrais, que não pode ser considerada uma religião e que antecede todas as religiões criadas, remetendo aos primórdios da existência humana. O local de origem do Xamanismo é desconhecido mas sabe-se da existência de diversos povos xamânicos há milhares de anos nos seis continentes.
Algumas verdades permanecem eternas. Podemos encontrar no Xamanismo algumas destas: possuímos uma “energia vital”, que está conectada com a natureza e vice versa, podemos estar conscientes ou não de essa relação; nós não somos donos de nós próprios, nem do nosso corpo, porque este é “emprestado” pela natureza, pois nascemos dela e voltamos para ela.
O praticante do xamanismo, encarava a vida como uma dádiva, era grato por todas as experiências, seja alegria ou dor.1 Procurava uma aproximação à natureza, através de profundos estudos da sabedoria ancestral, que depois transmitia às próximas gerações. O xamã, pretendia criar no indivíduo uma harmonia energética interior-exterior e o equilíbrio físico, mental e espiritual. Só deste modo é que o indivíduo podia encontrar a melhor forma de viver.
10 hábitos que nos aproximar ao Xamanismo
- Procurar, frequentemente, estar na natureza na qual se sente um grande alívio e bem estar.
- Não sentir ligação ao materialismo.
- Evitar o centro da atenção, preferindo ficar em segundo plano.
- Sentir-se influênciado pelo negativismo dos outros.
- Maior sensibilidade aos espaços com demasiada gente e ruído.
- Sentir um despertar por novos temas, como por exemplo o auto-conhecimento.
- As pessoas quando têm um problema vão ao teu encontro, desabafam contigo, e depois sentem-se sem “aquele peso”.
- Os pressentimentos antecipam acontecimentos. A intuição guía-te.
- Uma diferente visão da realidade.
- Independentemente das dificuldades, caminha-se sempre com um sorriso no rosto.
Talvez seja um incentivo meditares sobre estes temas.
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Nota de rodapé:
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Mantak Chia; Kris Devia North, “Taoist Shaman: Practices from the Wheel of Life”,Destiny Books, 2011, pág. 23 ↩︎